Depois de um relativo "fracasso"* do calcanhar negativo, resolvemos reduzir o balancim no calcanhar e nos concentrarmos no ante pé, fazendo apenas o balancim frontal.
*O calcanhar negativo tem esse problema, ou se adora ou se detesta, neste caso a nossa "cobaia" detestou, o que nos fez recuar (pelo menos temporariamente).
Com o 3.1 tinhamos um objectivo; criar o primeiro protótipo 100% funcional, assim decidimos que faríamos um protótipo "chique", forrado em couro e tecido.
Deste modo acabamos por dividir o projecto em dois produtos parecidos mas diferentes:
Fashion O 3.1 tem como objectivo aliar as qualidades já descritas das huarache mais o balancim, num "pack" agradável à vista.
Funtion, o protótipo seguinte será pensado para correr ou caminhar sem ter em conta o aspecto visual.
Com o novo formato em mãos pusemos as mãos na "massa" e depois da modelagem e fabrico das palmilhas (à medida), foi a vez das solas, como estamos às espera de EVA de alta densidade, fomos obrigados a fazer as solas com EVA mais macia, e para compensar a falta de apoio o César decidiu aumentar a rigidez da sola, mais uma vez com uma "alma" (ou enfuste, que é apenas uma peça metálica que se coloca na sola para reforço), depois da adaptação realizada e as arestas limadas, começamos o trabalho de decidir os acabamentos.
Couro é sempre uma escolha óbvia, dada a sua natural elasticidade, durabilidade e aspecto, o tecido pode ser também uma boa escolha quando se pretende dar um ar "nobre".
Depois de algumas tentativas lá acertamos com a colagem e acabamento da sola, o tecido, dá um ar "chic", mas é muito difícil de colar sem vincos.
Colada a superfície de contacto com o solo (borracha) estava na altura de colocar as tiras, alguma luta depois e presto; o primeiro protótipo com aspecto de produto final.
Depois dos primeios testes diremos alguma coisa.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
3.0 ou a arte de caminhar descalço na areia
Apesar de só hoje estar a escrever estas palavras, o protótipo 3.0 ficou pronto na 6ª feira (decidimos chamar-lhe 3.0 porque apresenta modificações substanciais em relação ao anterior).
A Susana deitou mãos à obra e modelou uma base completamente nova (mais larga no ante pé e estreita no calcanhar), esta base respeita mais o design das huarache indígenas originais, ao mesmo tempo que lhe introduziu um balancim mais "extremo".
Com a experiência do 2.0 descobrimos que o balancim não estava a funcionar como devia (uma das "cobaias" disse não sentir nada), o que nos levou a experimentar "lixar" a sola para ver se funcionava, e decidimos como dizem os anglófonos "go extreme".
O resultado final está óptimo, ainda não terminamos a palmilha (à medida, obviamente), mas reutilizamos a do protótipo anterior para fins experimentais.
O 3.0 até está com um calcanhar negativo, o que resulta num caminhar parecido a caminhar descalço em areia; (o calcanhar "afunda" e depois afundam os dedos), criando o trabalho do sistema músculo-esquelético que procurávamos.
Mas também descobrimos que a espuma EVA, por mais firme que seja, abate sempre sob o peso do utilizador, com esse problema em mente decidimos que a solução final vai passar por acrescentar um "enfuste" ou como também é designado; uma "alma", uma peça rígida acrescentada ao calçado para lhe dar maior rigidez torsional e evitar flexão inadequada.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Mas Afinal o que é isso de Balancim?
Balancim, balancim,
A palavra do momento aqui na oficina é "balancim"
"Rockersole" em Inglês, ou "Balancim" em português é um conceito de sola com o formato convexo
Este formato de sola pouco conhecido até há pouco tempo, oferece uma série de vantagens singulares quando aplicado correctamente no fabrico de calçado:
Redução das pressões plantares.
Facilidade de deslocação no plano frontal (para a frente), os sapatos parecem estar a "empurrar" quem os calça para a frente.
Aumento da actividade muscular e consequente gasto de calorias.
Para este projecto, pretendemos aproveitar todas as qualidades do balancim, aliadas à simplicidade das sandálias Huarache, sem descurar a design, que será extremamente cuidado.
A palavra do momento aqui na oficina é "balancim"
"Rockersole" em Inglês, ou "Balancim" em português é um conceito de sola com o formato convexo
Este formato de sola pouco conhecido até há pouco tempo, oferece uma série de vantagens singulares quando aplicado correctamente no fabrico de calçado:
Redução das pressões plantares.
Facilidade de deslocação no plano frontal (para a frente), os sapatos parecem estar a "empurrar" quem os calça para a frente.
Aumento da actividade muscular e consequente gasto de calorias.
Para este projecto, pretendemos aproveitar todas as qualidades do balancim, aliadas à simplicidade das sandálias Huarache, sem descurar a design, que será extremamente cuidado.
Protótipo 2.0, ou a Arte de Furar Espuma
Mais um dia mais um protótipo.
Começamos por maquinar a sola numa amostra de espuma, que por casualidade é cor "camuflado".
Ao mesmo tempo utilizando os pés previamente scaneados em 3D da Susana, criamos a palmilha base para as sandálias, um pouco de cola uma tira em couro e um tubo em plástico para não ferir entre os dedos e "voilá":
Trata-se do primeiro protótipo realmente funcional, não é muito agradável à vista mas já estamos a trabalhar nos acabamentos.
Apesar de estar no bom caminho, ainda não estamos satisfeitos com alguns detalhes, nomeadamente o formato da sola, pelo que enquanto escrevemos estas palavras, estamos a cozinhar o protótipo 2.1, ou será 3.0?
Protótipo 0.1, Apenas 2 minutos
Com vista a criar um protótipo funcional, decidimos experimentar fazer uma sandália tal como os indígenas as fazem, mas com materiais que tínhamos à mão na oficina,
Materiais:
Espuma EVA 3 mm para a sola
Tesoura
Caneta
Atacador de sapatos desportivos.
Depois de marcar e cortar a espuma, colocamos os atacadores e "presto", um protótipo funcional:
Claro que não é verdadeiramente uma sandália para utilizar na rua, foi apenas uma forma de criar o primeiro protótipo para pudermos estudar.
Esperem pelos próximos protótipos.....
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Projecto
Todas as histórias são feitas de pequenas histórias.
A primeira história é que um dia o Paulo fez para si umas sandálias Huarache (ele diz que jazem algures, perdidas, num sótão de Vila Nova de Gaia... havemos de convencê-lo a mostrá-las, um dia destes).
A segunda história é que o César fez uma tecnologia de digitalização e queria inventar umas sandálias personalizáveis que fossem à medida de cada pessoa.
Assim ficamos com a terceira história, que vem a seguir, e que é a história do PROJECTO HUARACHE: AS SANDÁLIAS TRIBAIS MAIS AVANÇADAS DE SEMPRE.
A diferença desta história para as outras é grande: é uma história posta no futuro, a história de um projecto de investigação, que está agora a começar e que será escrito por toda a gente que nele queira participar.
Neste projecto, todos poderemos pensar, dar palpites, opiniões... ou então, se apenas a curiosidade persistir, simplesmente seguir todos os acontecimentos que irão acontecer no laboratório da SuperEgo, em tempo real.
Provavelmente seremos o primeiro projecto português de desenvolvimento aberto a toda a gente. Nele iremos assistir não só a sucessos, mas também a falhanços, dúvidas, impasses, alternativas e experiências.
Sejamos, por isso, todos benvindos ao PROJECTO HUARACHE.
A primeira história é que um dia o Paulo fez para si umas sandálias Huarache (ele diz que jazem algures, perdidas, num sótão de Vila Nova de Gaia... havemos de convencê-lo a mostrá-las, um dia destes).
A segunda história é que o César fez uma tecnologia de digitalização e queria inventar umas sandálias personalizáveis que fossem à medida de cada pessoa.
Assim ficamos com a terceira história, que vem a seguir, e que é a história do PROJECTO HUARACHE: AS SANDÁLIAS TRIBAIS MAIS AVANÇADAS DE SEMPRE.
A diferença desta história para as outras é grande: é uma história posta no futuro, a história de um projecto de investigação, que está agora a começar e que será escrito por toda a gente que nele queira participar.
Neste projecto, todos poderemos pensar, dar palpites, opiniões... ou então, se apenas a curiosidade persistir, simplesmente seguir todos os acontecimentos que irão acontecer no laboratório da SuperEgo, em tempo real.
Provavelmente seremos o primeiro projecto português de desenvolvimento aberto a toda a gente. Nele iremos assistir não só a sucessos, mas também a falhanços, dúvidas, impasses, alternativas e experiências.
Sejamos, por isso, todos benvindos ao PROJECTO HUARACHE.
Sandálias Huarache-Como Caminhar Descalço
De origens pré hispânicas as sandálias huarache apresentam-se nas mais variadas formas, desde as mais simples, tradicionalmente feitas apenas com um pedaço de couro e uma tira, até às versões mais elaboradas.
Estes eventos que podem durar até 2 dias em distancias de até 200 kilómetros são verdadeiras provas de resistência e identidade destes nativos (especialmente se se tiver em conta que vivem em altitudes entre 1.500 e 2.400 metros de altitude).
Os tarahumara são conhecidos pelas sua incrivél resistência fisica e poucas complicações estruturais como dores de costas, mesmo indivíduos que se encontram medicamente mal nutridos, embora existam diferentes factores a ter em conta, alguns cientistas acreditam que parte desta baixa taxa de lesões no sistema musculo-esquelético, se poderá dever ao tipo de calçado, as sandálias huarache.
Trabalhando com calçado e palmilhas à medida a SuperEgo está empenhada em aproveitar ao máximo este saber ancestral, juntando-lhe a ciência e saber modernos, assim neste momento encontramos-nos na fase de desenvolvimento da versão moderna das sandálias huarache, que acreditamos serem ideais para uma melhoria geral da postura e redução das pressões plantares em caminhada.
Fontes:
wikipédia
Sheryl D. Battles "The Running Man"-Human Adaptability, February 18, 2004, Revised: March 24, 2004, University of Alabama
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